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MULHER SEM FIM

Mulher sem fim é uma experiência solo de Andréia Nhur & Katharsis Teatro. O trabalho mostra um recorte da pesquisa da artista junto ao Grupo Katharsis Teatro nos últimos 12 anos, investigando forma e sentido como agenciamentos do corpo em estados múltiplos e descontínuos. 

 

No espetáculo, o gênero-mulher é apresentado a partir de uma ideia de corpo constantemente trespassado por ecos de mulheres presentes nas memórias da cultura, que vão desde Madame Bovary, Lady Macbeth, Carmen Miranda até Dadá, a cangaceira.

 

Com colaboração da coreógrafa Janice Vieira, do diretor e iluminador Roberto Gill Camargo e da atriz Paola Bertolini, Andréia traz para a cena uma linguagem que transita entre teatro, dança, música, performance e multilinguismo.

 

A estrutura dramatúrgica utilizada remonta à ideia de narrativa em abismo,  cunhada pelo escritor André Gide, e faz referência a uma estrutura composta por outras estruturas de mesma natureza, em espelhamento infinito. 

PESQUISA:

 

A proposta surge da pesquisa de linguagem desenvolvida ao longo de mais 12 anos junto ao Grupo Katharsis Teatro, em torno das relações entre corpo, dramaturgia e encenação, pelo viés da teatralidade. Os públicos que assistem às obras do Katharsis são levados a uma interação de nível perceptual, pois os conceitos só se revelam na medida em que as formas os apresentam. O que nos move a criar são as materialidades (o corpo, o som, a luz e a palavra como carne), não pelo viés da abstração, mas daquilo que reside, enquanto discursos múltiplos, na concretude das formas (gestos e sonoridades). Nossa perspectiva de cena trabalha, então, com sentidos que vão sendo construídos numa atitude relacional. Não há começo, meio e fim, não há teses, não há linearidade. A obra depende, assim, de um público ativo, que complete os sentidos alavancados pelas formas em trânsito. Essas premissas guiam uma relação ativa com os espectadores, já que a passividade de uma comunicação impositiva é substituída pela comunicabilidade de uma relação transversal.

 

A partir desses norteadores, “Mulher sem fim” suscita olhares, imagens e discussões acerca do gênero‐mulher como agregado de convenções, memórias e estereótipos que vão se sobrepondo, dissipando e transformando. Como a forma condensa discursos, não há uma agenda feminista única que orienta uma mensagem, mas um redemoinho de questões que se colocam em relevo: feminismos sem fim, como vozes em confusão para marcar presença e re‐existir.

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